Nos EUA, o termo liberal foi cooptado pela esquerda para designar um conjunto de políticas sociais redistributivas que normalmente se associam mais à social-democracia e que caiem no capítulo do chamado “liberalismo social”.
O liberalismo social tem as suas raízes (recentes) no início do Sec. XX, com o pensamento de Keynes e de Beveridge, e traduziu-se, na pratica, pelo aparecimento do Estado-providência, no RU.
A grande diferença entre o liberalismo social e a social-democracia é o papel, diferente, que atribuem ao mercado e ao capitalismo. Enquanto o liberalismo social reconhece o capitalismo como o motor, por excelência, da criação de riqueza, a social-democracia (com a sua origem no socialismo) desconfia dos mercados e é mais estatista. A terceira-via é uma interpretação moderna do liberalismo social.
Em relação ao liberalismo clássico, porém, o liberalismo social está nos antípodas. O liberalismo clássico assenta nos direitos cívicos e no chamado laissez-faire (Nozick, Mises, Hayek), enquanto o liberalismo social assenta em “direitos económicos” e no intervencionismo do estado.
É muito interessante, quanto a mim, que se comece a falar de liberalismo social na Europa continental. Em primeiro lugar é o reconhecimento da falência do modelo social-democrata, em segundo lugar é um suporte ideológico muito necessário para a esquerda, que estava desorientada, desde a simbólica queda do muro.
Por fim, reconheçamos, é também um fenómeno de americanização da vida política europeia, cada vez mais polarizada entre o liberalismo social e o conservadorismo. Ou seja, entre democratas e republicanos.
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