Papa Bento XVI, então Cardeal Ratzinger, sobre a Verdade:
Pretender que as afirmações concretas de uma religião sejam verdadeiras parece hoje não apenas presunção arrogante, mas também sinal de falta de "luzes". O espírito da nossa época foi expresso por Hans Kelsen quando propõe a pergunta de Pilatos "O que é a verdade?" como a única atitude adequada, dados os problemas morais e religiosos da humanidade, para a configuração da comunidade estatal.
A verdade é substituída pela decisão da maioria, é o que ele diz, precisamente porque, na sua opinião, a verdade não pode apresentar-se como uma entidade acessível e vinculativa para todos os homens. Assim, a diversidade de culturas torna-se prova de relatividade de cada uma delas. A cultura é contraposta à verdade. Este relativismo, que hoje, como sentimento base da pessoa "iluminada", se inculca amplamente até dentro da teologia, é o maior problema da nossa época.
É também esse o motivo pelo qual actualmente a praxis é o sucedâneo da verdade e o fulcro das religiões se deslocou. Acabamos por não saber o que é verdadeiro, mas sabemos o que devemos fazer: instaurar uma sociedade melhor, o "Reino", como se costuma dizer, recorrendo a uma palavra tirada da Bíblia e utilizada em sentido utopista profano.
(in D. Tessore, op. cit., pp. 22-23)
Pretender que as afirmações concretas de uma religião sejam verdadeiras parece hoje não apenas presunção arrogante, mas também sinal de falta de "luzes". O espírito da nossa época foi expresso por Hans Kelsen quando propõe a pergunta de Pilatos "O que é a verdade?" como a única atitude adequada, dados os problemas morais e religiosos da humanidade, para a configuração da comunidade estatal.
A verdade é substituída pela decisão da maioria, é o que ele diz, precisamente porque, na sua opinião, a verdade não pode apresentar-se como uma entidade acessível e vinculativa para todos os homens. Assim, a diversidade de culturas torna-se prova de relatividade de cada uma delas. A cultura é contraposta à verdade. Este relativismo, que hoje, como sentimento base da pessoa "iluminada", se inculca amplamente até dentro da teologia, é o maior problema da nossa época.
É também esse o motivo pelo qual actualmente a praxis é o sucedâneo da verdade e o fulcro das religiões se deslocou. Acabamos por não saber o que é verdadeiro, mas sabemos o que devemos fazer: instaurar uma sociedade melhor, o "Reino", como se costuma dizer, recorrendo a uma palavra tirada da Bíblia e utilizada em sentido utopista profano.
(in D. Tessore, op. cit., pp. 22-23)
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