Se a tese contida no meu post anterior é correcta, as coisas, as pessoas e as instituições que são mais essenciais aos portugueses - aquelas sem as quais eles não podem passar, ou passariam muito mal sem elas - são aquelas em relação às quais os portugueses exprimem uma maledicência consensual.
A principal, e a mais óbvia, é o próprio país - Portugal. Há vários meses atrás neste blogue eu dediquei uma série de posts a provar que Portugal não era aquele país atrasado e pobre que está constantemente na boca de todos os portugueses. Pelo contrário, era um dos países mais desenvolvidos do mundo (actualmente, 29º num conjunto de cerca de duzentos). Ingenuidade minha e uma iniciativa muito perigosa. Nunca mais voltarei a fazê-lo. No dia em que a maledicência consensual acerca do país desaparecer, e a realidade se sobrepuser ao mito, é sinal de que o país se tornou dispensável para os portugueses.
Como sabe quem já viveu entre emigrantes, todos eles sonham um dia poder voltar a Portugal. E quanto aos portugueses que cá ficam a dizer mal do país, esses nem ousam abandoná-lo.
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