Na sequência do debate da RTP-N de ontem à noite, acerca da crise financeira, gostava de sumarizar os passos que, na minha opinião, devem agora ser seguidos para resolver os problemas pendentes:
1) Aprovação do plano Paulson, nesta ou noutra versão parecida, para absorver os derivados de crédito (os tais activos tóxicos) das instituições financeiras em risco de ruptura e para restabelecer alguma confiança no mercado interbancário.
2) Regulação dos mercados não cotados ("Over the Counter"), sempre que a sua dimensão exceda uma determinada capitalização. Na prática, pede-se apenas que sejam cotados em bolsa, à vista de todos e suportados por câmaras de compensação que eliminem o risco de contraparte. Deste modo, a auto regulação do mercado será muito mais eficaz e transparente.
3) Redução mandatória, por via administrativa, da capacidade de alavancagem dos bancos, ou seja, através da imposição de um aumento substancial nos rácios de capital mínimos exígiveis a qualquer instituição financeira. Este passo permitirá a absorção, via aquisição ou falência, dos bancos que não têm solidez.
4) Revisão da falta de tangibilidade deste sistema financeiro pós Bretton Woods, porque foi na ausência dessa tangibilidade que as notas deixaram de constituir um activo financeiro e passaram a ser apenas papel.
Este último ponto é o mais sensível de qualquer reforma financeira que se venha a fazer, contudo, é também o mais importante.
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