02 outubro 2008

"Puxa, que homens!..."


Um observador externo que chegue a Portugal e oiça os portugueses falar, e leia aquilo que eles escrevem nos jornais, dizem na televisão ou escrevem na blogosfera, não pode senão exclamar: "Puxa, que homens!..." (o fenómeno que estou em vias de descrever é predominantemente um fenómeno masculino). Fica-se com a ideia que este é um país de homens prontos para acção, propensos ao risco, decididos a mudar o mundo e a arriscar a vida.

Passado um tempo, o observador vai desenganar-se. É só conversa. Tudo conversa. Quando chega a hora de tomarem as decisões que eles próprios prometeram e anunciaram, titubeiam, não as tomam, aconselham-se com amigos e, no fim, nada acontece, calam-se e desaparecem. Fica tudo na mesma. As excepções são raríssimas e muito localizadas. E, com o tempo, o observador vai mudar radicalmente de opinião: é difícil, no âmbito da civilização ocidental, encontrar uma sociedade mais conservadora do que a portuguesa.

Num post anterior referi o conservadorismo dos portugueses em comparação com a propensão ao risco dos americanos. No sector financeiro esta comparação está documentada com números. Aqui (Na parte final do post, veja a comparação entre a carteira de aplicações financeiras típica de um americano e de um português).

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