Os principais líderes políticos mundiais - representantes do G20 - vão reunir-se a 15 de Novembro em Washington. Em cima da mesa, o regresso à disciplina de "Bretton Woods".
O regime de Bretton Woods, instituído em 1944, consistia num sistema de câmbios fixos em que o dólar norte-americano era a âncora. Era também o dólar que, em última instância, podia ser convertido em barras de ouro. E foi na sequência de Bretton Woods que se criou o Fundo Monetário Internacional (FMI). O sistema desintegrou-se em 1971 quando Richard Nixon admitiu o que todos já tinham observado: os Estados Unidos não tinham ouro suficiente para fazer face à conversão dos dólares que outros países tinham em reservas. Foi nesta altura que se perdeu a disciplina e se permitiu aos vários bancos centrais, em particular ao FED, uma orgia na expansão monetária que resultou no boom do crédito registado nas últimas décadas. Esta coincidência temporal é facilmente verificável aqui.
Portanto, agora que os políticos se aperceberam da fragilidade do sistema, convém perguntar se está em discussão o regresso a um sistema de câmbios fixos ou ao padrão ouro. A resposta é negativa. O que realmente está em causa é o regresso a instituições, tipo FMI antes do fim de Bretton Woods, que possam contribuir para a uniformização das diferentes práticas regulatórias no domínio bancário, contabilístico e, eventualmente, fiscal, vigentes em países distintos por esse mundo fora. Trata-se de um enorme desafio, que será tanto maior eficaz quanto menos ambiciosos forem os primeiros passos. Na minha opinião, devia-se começar na banca. Em particular, na expansão da massa monetária junto dos bancos centrais e nos rácios de capital junto dos bancos comerciais.
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