A propósito da discussão entre nível de desenvolvimento económico de um país e democracia gostaria de citar um estudo que é apresentado no livro "The Future of Freedom: Illiberal Democracy at Home and Abroad" de Fareed Zakaria.
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O objectivo do estudo é o de analisar em que condições é que as sociedades podiam alcançar e estabilizar a democracia. E foi realizado pesquisando a forma e as condições em que a evolução para a democracia tinha acontecido em vários paises do Mundo (vg., Asia, Europa, América Latina, Africa).
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Descobriram várias condições para o aparecimento de democracias, i.e., de forças poderosas na sociedade que desejam a democracia. Entre outros factores, um deles muito interessante, era a ausência de recursos naturais.
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O estudo concluía que um PIB per capita de 6 mil dólares (a preços de 1990) era a barreira da democracia. Por outras palavras, sempre que esse nivel de riqueza era alcançado, os povos passavam a exigir democracia. Entre outros exemplos, eram apresentados os casos de Portugal e Espanha que alcançaram essa barreira nos anos 60 e 70. Outros exemplos apresentados foram o Chile e a Coreia do Sul em que as populações toleraram regimes autoritários até ao momento em que atingiram esse nivel de riqueza.
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Contra-exemplos foram também estudados. Assim, na Europa entre as guerras, as pessoas deixaram de acreditar na democracia quando a riqueza caíu muito abaixo desse nivel mágico. Pelo contrário, nos EUA e no Reino Unido nunca houve grandes tentações autoritárias porque o nivel de rendimento tinha atingido esse patamar durante o século XIX e nunca mais tinha caído abaixo desse nivel de forma persistente.
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O pensamento de muitas pessoas neste momento em relação à China vai neste sentido. Se a riqueza dos chineses aumentar suficientemente eles vão, mais tarde ou mais cedo, abrir-se à democracia, não por via das elites mas por pressão de uma classe média florescente. Assim, o liberalismo como forma mais eficiente de enriquecer uma sociedade conduz à democracia. É a conclusão do estudo que eu subscrevo absolutamente.
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Ainda segundo o estudo, há factores que podem inibir a democracia mesmo que se atinja o patamar mínimo de riqueza. Um deles é a existência de riquezas naturais. A tese é simples: uma país com riquezas naturais não tem necessidade de desenvolver a sua industria, o seu comércio e a sua tecnologia, por outras palavras, não tem de se abrir ao exterior nem de educar o seu povo. As consequências dessa abertura são evidentes. Exemplos: as monarquias absolutistas do Golfo. Outro exemplo: países nórdicos e a Holanda, com poucas riquezas naturais mas com niveis de vida e de democracia elevados.
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Rui Silva, Homepage, em comentário a este post (editado).
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O objectivo do estudo é o de analisar em que condições é que as sociedades podiam alcançar e estabilizar a democracia. E foi realizado pesquisando a forma e as condições em que a evolução para a democracia tinha acontecido em vários paises do Mundo (vg., Asia, Europa, América Latina, Africa).
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Descobriram várias condições para o aparecimento de democracias, i.e., de forças poderosas na sociedade que desejam a democracia. Entre outros factores, um deles muito interessante, era a ausência de recursos naturais.
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O estudo concluía que um PIB per capita de 6 mil dólares (a preços de 1990) era a barreira da democracia. Por outras palavras, sempre que esse nivel de riqueza era alcançado, os povos passavam a exigir democracia. Entre outros exemplos, eram apresentados os casos de Portugal e Espanha que alcançaram essa barreira nos anos 60 e 70. Outros exemplos apresentados foram o Chile e a Coreia do Sul em que as populações toleraram regimes autoritários até ao momento em que atingiram esse nivel de riqueza.
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Contra-exemplos foram também estudados. Assim, na Europa entre as guerras, as pessoas deixaram de acreditar na democracia quando a riqueza caíu muito abaixo desse nivel mágico. Pelo contrário, nos EUA e no Reino Unido nunca houve grandes tentações autoritárias porque o nivel de rendimento tinha atingido esse patamar durante o século XIX e nunca mais tinha caído abaixo desse nivel de forma persistente.
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O pensamento de muitas pessoas neste momento em relação à China vai neste sentido. Se a riqueza dos chineses aumentar suficientemente eles vão, mais tarde ou mais cedo, abrir-se à democracia, não por via das elites mas por pressão de uma classe média florescente. Assim, o liberalismo como forma mais eficiente de enriquecer uma sociedade conduz à democracia. É a conclusão do estudo que eu subscrevo absolutamente.
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Ainda segundo o estudo, há factores que podem inibir a democracia mesmo que se atinja o patamar mínimo de riqueza. Um deles é a existência de riquezas naturais. A tese é simples: uma país com riquezas naturais não tem necessidade de desenvolver a sua industria, o seu comércio e a sua tecnologia, por outras palavras, não tem de se abrir ao exterior nem de educar o seu povo. As consequências dessa abertura são evidentes. Exemplos: as monarquias absolutistas do Golfo. Outro exemplo: países nórdicos e a Holanda, com poucas riquezas naturais mas com niveis de vida e de democracia elevados.
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Rui Silva, Homepage, em comentário a este post (editado).
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