Na discussão acerca da actual crise financeira, e da operação de salvamento às instituições financeiras organizada pelo Estado americano, a discussão voltou a centrar-se numa questão que me parece totalmente irrelevante para aqueles que se dizem liberais, a qual concerne a dimensão do Estado na economia.
Na blogosfera, como em muita literatura académica, o liberalismo versus não-liberalismo é discutido em termos de menos Estado ou mais Estado, e é essa fixação na dimensão do Estado que, não apenas me parece irrelevante, como, na realidade não serve os argumentos daqueles que gostariam de se apresentar como liberais.
Porque a realidade é esta. Os países mais desenvolvidos e ricos do mundo são os países escandinavos da Europa, tal como medidos pelo Índice de Desenvolvimento Humano ou pelo PIB per capita. Ora, acontece que estes são também os países do mundo onde o Estado é maior, tal como medido pela percentagem da despesa pública no PIB.
Esta correlação estatística não prova a tese que para desenvolver um país a solução é aumentar o peso do Estado na economia. Mas seguramente nega a tese de que um país com um Estado muito grande tende para o empobrecimento e o subdesenvolvimento, a qual é uma tese sagrada dos referidos liberais.
Passar por cima da evidência e negá-la é uma atitude mil vezes mais ousada do que afirmar a existência de um milagre, como o de Fátima. Porque, quanto ao milagre, ainda há alguns indícios de que ele tenha ocorrido. Já quanto à questão do Estado, os ditos liberais insistem em afirmar exactamente o contrário daquilo que é a realidade.
E porque é que pessoas informadas, lidas, inteligentes e intelectualmente honestas (como o CN) caem neste pecado? Porque tomam por base a obra de certos autores como von Mises. E estes autores consideram, à la Kant, que a ciência económica é uma ciência lógico-dedutiva derivada de princípios estabelecidos à priori. Em conformidade, a validade de uma teoria económica mede-se pela sua coerência lógica, não pela sua aderência à realidade. Para estes autores, a realidade não interessa para nada no sentido de confirmar ou infirmar as suas teorias.
Na blogosfera, como em muita literatura académica, o liberalismo versus não-liberalismo é discutido em termos de menos Estado ou mais Estado, e é essa fixação na dimensão do Estado que, não apenas me parece irrelevante, como, na realidade não serve os argumentos daqueles que gostariam de se apresentar como liberais.
Porque a realidade é esta. Os países mais desenvolvidos e ricos do mundo são os países escandinavos da Europa, tal como medidos pelo Índice de Desenvolvimento Humano ou pelo PIB per capita. Ora, acontece que estes são também os países do mundo onde o Estado é maior, tal como medido pela percentagem da despesa pública no PIB.
Esta correlação estatística não prova a tese que para desenvolver um país a solução é aumentar o peso do Estado na economia. Mas seguramente nega a tese de que um país com um Estado muito grande tende para o empobrecimento e o subdesenvolvimento, a qual é uma tese sagrada dos referidos liberais.
Passar por cima da evidência e negá-la é uma atitude mil vezes mais ousada do que afirmar a existência de um milagre, como o de Fátima. Porque, quanto ao milagre, ainda há alguns indícios de que ele tenha ocorrido. Já quanto à questão do Estado, os ditos liberais insistem em afirmar exactamente o contrário daquilo que é a realidade.
E porque é que pessoas informadas, lidas, inteligentes e intelectualmente honestas (como o CN) caem neste pecado? Porque tomam por base a obra de certos autores como von Mises. E estes autores consideram, à la Kant, que a ciência económica é uma ciência lógico-dedutiva derivada de princípios estabelecidos à priori. Em conformidade, a validade de uma teoria económica mede-se pela sua coerência lógica, não pela sua aderência à realidade. Para estes autores, a realidade não interessa para nada no sentido de confirmar ou infirmar as suas teorias.
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