A política anglo-saxónica é utilitária. O utilitarismo, a doutrina que submete a ética e a moral a um conceito de bem comum, sobrepõe-se, tanto no RU como nos EUA, a qualquer ideologia ou a qualquer outro “ismo”.
Este aspecto escapa com frequência à análise política. Daí que seja tantas vezes difícil de interpretar o que se passa nesses países. Estamos a viver um desses momentos, com a crise dos mercados financeiros.
As soluções encontradas para o Bear Stearns, para a Lehman Brothers, para a Merryl Lynch ou para a AIG, não têm um fio condutor. As soluções não são de esquerda ou de direita, socialistas ou capitalistas, são caso a caso de acordo com o que é mais útil. A falência da AIG teria tido um efeito dominó nos mercados internacionais e por isso o FED evitou o colapso imediato desta empresa. Os accionistas da LB não tiveram a mesma sorte.
Penso que em Portugal o utilitarismo não é compreendido adequadamente. Os portugueses, especialmente os néscios, vivem obcecados pela “coerência” de atitudes, mesmo quando estas estão desfasadas da realidade. É uma herança do pensamento socialista, uma relíquia.
PS: Foto do Auto-Icon, UCL
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