É verdade. Este ano, como gestor de activos, estou a ser uma desgraça. Os meus dois portefólios principais, o "Value" (risco médio) e o "Pipeline" (risco alto), os mais antigos, em actividade desde o início de 2005, estão ambos negativos desde Janeiro. As perdas acumuladas são 9% e 25%, respectivamente. É o meu primeiro ano negativo nos últimos quatro. Nos três anos anteriores, no "Value" e no "Pipeline", o meu track record foi de +11% e +33% ao ano, respectivamente, já deduzido de todas as minhas comissões de gestão (ver aqui). Entretanto, em Março comecei um outro portefólio chamado "Daytrading" (risco médio), com outra filosofia de gestão e no qual estou a apostar muito, cuja rentabilidade acumulada, no final de Agosto, era de +5,4% (ver aqui) líquida de comissões. Também longe de ser brilhante.
Moral da história: o ano está a ser mau. E não vou sequer desculpar-me com as circunstâncias de mercado, porque também nunca justifiquei ganhos com esse argumento. A minha abordagem permite-me ganhar dos dois lados da barricada - só tenho de acertar no lado correcto. Coisa que este ano não tenho conseguido fazer.
Mas também não me vou pôr a choramingar perdas. Primeiro, esta actividade tem risco e os limites da minha gestão são quantificados "a priori" antes do cliente me transferir o dinheiro. Segundo, o meu património pessoal está integralmente investido nos portefólios mencionados, sujeito às mesmas condições de todos os outros clientes. E, terceiro, estou a fazer o melhor que sei. Passo o dia inteiro no escritório - do nascer ao pôr do sol. Apesar da minha mulher estar em casa grávida de 6 meses. E, apesar de saber que, por muito mal ou muito bem que faça o meu trabalho, existirá sempre alguém descontente.
Com os meus melhores cumprimentos,
Ricardo Arroja
Ps: Quanto aos meus textos, vou continuar a escrever, em português e em estrangeiro, porque é daquelas coisas que sempre gostei de fazer.
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