31 agosto 2008

matanças


O ênfase que a cultura protestante pôe naquilo que é igual em todos os homens - a natureza humana -, ao contrário da cultura católica que tende a salientar aquilo que lhe é peculiar ou distintitivo não tem só inconvenientes para a cultura católica, como a sua relativa incapacidade em criar ciência, que salientei neste post.

É que as teorias sociais que são criações predominantemente protestantes são também a origem das ideologias que, no último século, contribuiram para matar milhões de pessoas. O nacional-socialismo e o comunismo, as duas ideologias mais mortíferas que a humanidade conheceu, não poderiam ser senão criações protestantes, ambas com origem alemã.

Não apenas uma ideologia como teoria e programa social pressupõe a démarche prévia de abstracção que consiste em reduzir todos os homens a uma condição de igualdade - a natureza humana -, como depois, quando se trata de matar em nome dela, torna a matança mais aceitável porque se trata então de matar pessoas que, sendo todas essencialmente iguais, são facilmente substituíveis ou replicáveis. Matam-se uns hoje, amanhã nascerão outros para os substituir.

Pelo contrário, os povos de cultura católica, não sendo capazes de desenvolver teorias sociais e ideologias, dada a alta personalização da sua cultura e a sua incapacidade de abstracção, nunca serão capazes de matar maciçamente em nome delas.

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