Provavelmente uma das maiores diferenças entre os países de tradição Protestante e os países de tradição Católica é a qualidade da sua vida intelectual, a qual é consideravelmente mais interessante entre os primeiros. Nas ciências sociais, existe apenas uma ciência que é contemplada com o Prémio Nobel - a Economia. Não existe um único Prémio Nobel da Economia nos países católicos ao sul de França ou na América Latina. Pertencem todos ao norte da Europa e à América do Norte, que são países de tradição predominantemente protestante. O panorama não é sensivelmente diferente nas outras ciências.
Na minha opinião, a principal razão para esta diferença cultural reside na maior capacidade dos povos protestantes para raciocinarem em termos abstractos em comparação com os povos católicos. Sem abstracção não há teoria e não há ciência.
A capacidade de abstracção leva a deixar de lado aquilo que é peculiar ou efémero numa certa classe de fenómenos para isolar aquilo que é permanente e essencial. No caso das ciências sociais e humanas esta démarche leva à focalização na chamada natureza humana, aquilo que é permanente e comum a todos os homens. É a partir desta abstracção que é a natureza humana que se torna então possível generalizar e estabelecer leis sociais, como as leis da procura e da oferta na Economia, e construir uma ciência social.
A teologia católica desde há séculos que enfatiza que o Deus católico é um Deus pessoal no sentido em que Ele cuida de cada um dos seus filhos individualmente. Pelo contrário, a teologia protestante tende a ver Deus como um Deus que, sendo de todos os homens, não pertence particularmente a nenhum, e daí o carácter impessoal do Deus protestante.
Reside aqui, na minha perspectiva, a incapacidade relativa dos povos católicos para o raciocínio abstracto. Cada homem é constituido por uma parte que é comum a todos os outros homens - a chamada natureza humana - e por outra que lhe é privativa ou peculiar - a sua personalidade. Os católicos pôem mais ênfase na segunda, os protestantes mais ênfase na primeira. Na realidade a ideia de personalidade, como o conjunto dos traços que são peculiares a um certo homem e o distinguem de todos os outros, é uma ideia essencialmente católica e que não existe na tradição protestante. Sendo a personalidade distinta de homem para homem, não é possível abstrair elementos comuns acerca dela, e uma teoria geral do homem e da sociedade resulta impossível.
Na minha opinião, a principal razão para esta diferença cultural reside na maior capacidade dos povos protestantes para raciocinarem em termos abstractos em comparação com os povos católicos. Sem abstracção não há teoria e não há ciência.
A capacidade de abstracção leva a deixar de lado aquilo que é peculiar ou efémero numa certa classe de fenómenos para isolar aquilo que é permanente e essencial. No caso das ciências sociais e humanas esta démarche leva à focalização na chamada natureza humana, aquilo que é permanente e comum a todos os homens. É a partir desta abstracção que é a natureza humana que se torna então possível generalizar e estabelecer leis sociais, como as leis da procura e da oferta na Economia, e construir uma ciência social.
A teologia católica desde há séculos que enfatiza que o Deus católico é um Deus pessoal no sentido em que Ele cuida de cada um dos seus filhos individualmente. Pelo contrário, a teologia protestante tende a ver Deus como um Deus que, sendo de todos os homens, não pertence particularmente a nenhum, e daí o carácter impessoal do Deus protestante.
Reside aqui, na minha perspectiva, a incapacidade relativa dos povos católicos para o raciocínio abstracto. Cada homem é constituido por uma parte que é comum a todos os outros homens - a chamada natureza humana - e por outra que lhe é privativa ou peculiar - a sua personalidade. Os católicos pôem mais ênfase na segunda, os protestantes mais ênfase na primeira. Na realidade a ideia de personalidade, como o conjunto dos traços que são peculiares a um certo homem e o distinguem de todos os outros, é uma ideia essencialmente católica e que não existe na tradição protestante. Sendo a personalidade distinta de homem para homem, não é possível abstrair elementos comuns acerca dela, e uma teoria geral do homem e da sociedade resulta impossível.
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