O Espírito Lusitano é masculino. Ser masculino não significa ser macho ou fêmea porque os espíritos não têm sexo. Os espíritos dos nossos antepassados, o Espírito do Cruzado e o Espírito do Conquistador, estavam imbuídos de características Apolíneas (ver Sexual Personae de Camille Paglia) como o primado da razão, da verdade, da ordem e da harmonia. Apolo está também ligado à criatividade e à individuação. Elementos que temos vindo a perder.
Nos antípodas de Apolo está Dionísio. Enquanto Apolo apela ao individualismo, à civilização e à luz. Dionísio apela ao sentido de colectivismo, às trevas e ao primitivismo, características ligadas à natureza e à feminilidade (segundo Paglia). Obviamente que a sociedade portuguesa, desde que perdeu o seu espírito, tem vido a adoptar e a desenvolver características Dionisíacas.
Na ausência do Espírito, a pulsão natural não é para a luz, é para as trevas, para a bestialidade. A procura do êxtase, a desordem, o consumismo excessivo, o ateísmo (refiro-me também ao laicismo, em sentido filosófico), são tudo sintomas de uma deriva Dionisíaca. Se não redescobrirmos o nosso Espírito, esta tendência irá agravar-se.
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