Quando se critica o Serviço Nacional de Saúde há sempre alguém que argumenta que os índices sanitários em Portugal eram péssimos antes do SNS e que agora são muito melhores. A seguir vem a conclusão de que o SNS é portanto excelente.
Este raciocínio está errado porque pressupõe que se não fosse o SNS ficaríamos no vazio. Ora outros países optaram por soluções diversas e obtiveram resultados melhores, mas este último argumento é mais difícil de compreender.
Relativamente ao problema da integração Europeia ocorre o mesmo. Vamos chamar-lhe a síndrome do SNS. Os comentadores dos meus posts anteriores (este e este) constatam que o País se desenvolveu e portanto concluem que se desenvolveu graças à UE. Contudo, há anos que estamos a divergir da UE e somos até um “case study” de insucesso e desperdício. Em que ficamos?
Os novos Estados da UE recusaram-se a adoptar as políticas de elevada fiscalidade da UE e até a Irlanda já foi criticada por Bruxelas por este motivo. O nosso caso é paradigmático de um país menos rico que se seduziu pelos luxos de países mais ricos do que nós.
É evidente que há vantagens em integrar um grande bloco comercial, mas essas vantagens não devem esquecer o fenómeno da globalização e os custos da integração. Quando exportamos para o Brasil, os brasileiros não querem saber do nosso ISP, do IVA, do IRC ou da cor da nossa roupa interior...
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