28 junho 2008

As óperas


3. Ambiguidade de oclusão e abertura. O exemplo do Direito

"(...)
A lista de juristas literatos é um rol imenso. Mesmo poetas, o que é mais de estranhar. (...)

Artistas plásticos também os há, e não poucos. (...)
(...)
Para o arguto filósofo das ciências (...) Michel Serres, o Direito precede a Geometria.

Para o teórico da Literatura e Semiótica Roland Barthes, teria sido por questões jurídicas que surgiu a Retórica na Antiguidade.

A álgebra ter-se-ia inspirado, para as suas incógnitas, nos casos práticos académicos romanos: passando a serem formalizadas como x, y e z, as personagens hipotéticas que davam pelo nome de Caius, Titius e Sempronius

Já se comparou o direito à 'medicina da cultura' e as metáforas médicas são relativamente frequentes em certo tipo de escritos jurídicos: etiologia, patologia, prognose, terapêutica, prevenção e cura, etc. (...)

No direito político se vêem grandes influências teológicas: a separação do poder em três poderes lembra o dogma da Santíssima Trindade (...)
(...)
Quanto às relações entre o Direito e as Ciências Sociais elas são profundas, mais evidentes até para os profanos que outras actividades (...)
(...)
Até a música tem servido de forma ilustrativa do direito: o Bolero de Ravel parece ser exemplificação da teoria da pirâmide normativa de Hans Kelsen (...)
(...)
As óperas estão cheias de questões jurídicas, bem como o cinema, o teatro e a literatura (...)"
(Paulo Ferreira da Cunha, Direito Constitucional Aplicado, op. cit., pp. 51-54)

Sem comentários: