A semana de 60 horas de trabalho é uma violência. É um regime que escraviza as pessoas e que destrói as suas vidas pessoais e familiares. O facto de ser legal, em Portugal, e ainda o respaldo que a UE lhe confere através da Directiva sobre o Tempo de Trabalho, em nada altera a situação.
Se os países da UE, a começar por Portugal e pela Suécia, pretenderem “copiar” os EUA, em termos de trabalho, então não é com este tipo de legislação que vão lá.
Num post anterior referi-me ao período que passei em Nova Iorque, trabalhando mais de 100 horas por semana, e defendi que devemos investir o máximo para sermos “campeões”, só que esta atitude não se relaciona de todo com o regime de trabalho.
Nos EUA os horários são escrupulosamente cumpridos e a maior parte das pessoas trabalha cerca de 40 horas por semana (nine to five). Quanto mais humilde é o emprego mais se respeitam os horários e as horas extraordinárias têm de ser remuneradas.
As diferenças com a Europa referem-se aos estagiários e a todos os que têm responsabilidades de gestão. O meu regime era de estagiário e portanto eu só beneficiava da experiência adicional. Relativamente à gestão é necessário ter em linha de conta as diferenças de remuneração, muitas pessoas trabalham mais porque ganham muito mais. Outras, porque o fazem apenas por períodos curtos das suas carreiras.
Se um empregador, nos EUA, pretender que um funcionário indiferenciado trabalhe para além das 40 horas ou lhe paga ou ele despede-se de imediato e parte para outra...
É por aqui que temos de ir, mas tal só será possível quando não existir desemprego.
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