08 abril 2008

sexialismo

O sexo e a reprodução foram sempre temas centrais do socialismo, pela razão mais óbvia possível – a política, como já tive oportunidade de afirmar, não passa da prossecução do sexo por outras vias. E o socialismo, como corrente politica, não poderia escapar a esta propensão. Parece-me portanto néscia a observação de Engels: “É curioso como nas grandes revoluções a questão do amor livre está sempre na frente”.

Os regimes comunistas, depois da revolução de Outubro de 1917, interessaram-se bastante pelo sexo e pela reprodução. Tentaram abolir a família burguesa, colocaram a emancipação feminina na agenda política, introduziram o divórcio a pedido, promoveram os métodos anti-conceptivos, legalizaram o aborto e tentaram acabar com a mais antiga profissão liberal do mundo. O partido Bolchevique, da velha USSR, chegou mesmo a desenvolver um vasto programa de educação e reinserção das putas (presumo que sem qualquer sucesso).

Este interesse dos socialistas pelo sexo era camuflado por um explícito (e sincero) sentimento de injustiça perante as desigualdades entre os sexos, por um despeito pela família, que relacionavam com a propriedade e com a igreja, e com a rejeição da moral judeo-cristã. Simultaneamente, consideravam que as frustrações sexuais estavam na origem da alienação do homem e que, portanto, os frustrados dariam maus socialistas. Haveria assim que des- frustrar!

Curiosamente estas políticas soviéticas relativas ao sexo e à reprodução conduziram a muito mais sexo e muito menos reprodução, levando a que as autoridades se vissem obrigadas a recuar em quase todas as frentes desta avalanche sexo-revolucionária.

Na sequencia do meu post anterior sobre a NH e a estratégia reprodutiva, pergunto-me de que modo se encaixa o socialismo na interpretação sociobiológica. A resposta parece evidente. Como a estratégia reprodutiva das fêmeas valoriza os recursos e o poder dos machos, como garantia para a sobrevivência das crias, a abolição da propriedade e das hierarquias sociais é uma estratégia dos jovens machos (quase sempre desprovidos destas características) para copularem as fêmeas que, noutro contexto, os rejeitariam. Claro que esta estratégia, por ser contra a NH, só pode ser implementada pela violência, como de resto sempre foi.

Não é novidade, em biologia, que os jovens tenham características e comportamentos que lhes permitam contornar as hierarquias sexuais. A ejaculação precoce, por exemplo, é considerada uma vantagem competitiva porque permite, nuns segundos, violar a interdição do acesso a determinadas fêmeas.
O socialismo, um pensamento com características juvenis, representa, em termos culturais, o mesmo que a ejaculação precoce em termos biológicos. Um modo dos jovens terem acesso às fêmeas, sem terem de assumir as responsabilidades daí resultantes (criar os filhos). Claro que o resultado das políticas socialistas também não é muito diferente do da ejaculação precoce, no final ninguém fica contente.

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