25 março 2008

Luz ao fundo do túnel


Nos últimos anos, através da minha rubrica semanal no "Vida Económica" e em outros eventos nos quais participo, tenho defendido a necessidade de maior autonomia política e económica para as várias regiões que constituem Portugal. Não se trata de inventar a roda. Trata-se apenas de seguir a tendência do que por lá fora se faz e que na Europa dos 15 (antes do alargamento ao leste europeu) só não é seguido por nós e pela Grécia. Ou seja, adoptar um modelo de organização territorial que descentralize o poder. Quanto à forma, regionalismo ou federalismo, tanto faz. O que é preciso é descentralizar e colocar as regiões a competir umas com as outras. É a única via rumo ao progresso e desenvolvimento sustentado e harmonioso de Portugal. Funcionou em todo o lado, por isso, não há razão para crer que na nossa terra será diferente.

Portugal regista, desde sempre, uma terrível tradição de centralizar o poder político. Mas nos últimos anos, em particular desde que Guterres aumentou o peso da função pública na população activa portuguesa, que temos assistido ao crescimento explosivo e caótico da cidade de Lisboa a expensas do resto do país. A situação é de tal forma dramática que viver quer em Lisboa quer nos seus arredores é hoje um pesadelo. A macrocefalia da capital é simplesmente insuportável e inaceitável. Mas isto é o presente. Quanto ao futuro, cabe às forças vivas de cada região combater a tendência até aqui dominante, de forma a invertê-la. E de modo, também, a sensibilizar a opinião pública e publicada de que, de facto, é urgente a introdução de outro modelo administrativo. Há duas formas de o fazer. Através dos habituais queixumes. Ou então, método mais eficaz, realçando as coisas boas que se fazem em cada região. Talvez assim se crie uma inércia positiva. É, precisamente, neste espírito que vos recomendo este excelente artigo de Alberto Castro publicado hoje no Jornal de Notícias.

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