O colapso do comunismo, na voz corrente, ficou a dever-se ao fracasso da planificação económica. Esta explicação, se bem que irrefutável, é contudo insuficiente. O sistema capitalista não pode ser visto como um fim em si mas apenas como um meio ao serviço do homem. O único meio de desenvolvimento económico compatível com a liberdade individual e portanto compatível com o direito mais sagrado de todos que é o direito à vida. Ora nesta medida, parece-me mais correcto afirmar que o colapso do comunismo se ficou a dever à violação da liberdade individual dos cidadãos.
Esta nuance interpretativa tem adquirido entre nós uma relevância tal que penso ser útil discuti-la. Os nossos principais partidos políticos, PS e PSD, abraçaram efusivamente a economia de mercado e bem, mas esqueceram, negligenciaram ou até prejudicaram a liberdade dos cidadãos que está cada vez mais condicionada e sufocada. Demonstrando que nada aprenderam com a história recente dos países concentracionários.
Sem liberdade individual a economia de mercado é uma aberração. Distorce os próprios pressupostos do sistema capitalista e em última análise levará ao colapso do nosso sistema político. Será útil focarmos o debate político na questão dos direitos cívicos e da liberdade, enquanto ainda tivermos liberdade para o fazer!
Sem comentários:
Enviar um comentário