16 fevereiro 2008

Filantropia cultural


A Fundação Gulbenkian é uma entidade sem fins lucrativos. É a maior em Portugal e uma das mais relevantes em toda a Europa. Emprega mais de 500 pessoas. A sua dotação financeira supera os 3 mil milhões de euros, entre diversos activos financeiros (que representam mais de 2 mil milhões de Euros) e a companhia Partex Oil and Gas detida em 100% pela fundação. O orçamento anual da fundação supera os 100 milhões de euros e é financiado, exclusivamente, através da gestão da sua própria dotação. Em Portugal, não é exigido às fundações que gastem x% da sua dotação todos os anos. Nos Estados Unidos, pelo contrário, as fundações têm de gastar todos os anos 5% da sua dotação. Trata-se da contrapartida contratual que compensa a isenção fiscal de que beneficiam. E é uma forma de minimizar o risco de utilização abusiva desse mesmo estatuto associado às fundações. A Gulbenkian auto define um orçamento anual de 3% da sua dotação e, assim, assume-se, sem margem para dúvida, como uma entidade de cariz filantrópico. Ao contrário de outras (conhecidas) fundações em Portugal.

A Gulbenkian, de modo a perpetuar a sua dotação, tem de conseguir, sobre os actuais activos sob gestão, uma rendibilidade que em média cubra os 3% mais a taxa de inflação. Na realidade, a fundação é um pouco mais ambiciosa e, segundo o seu Presidente Rui Vilar, ambiciona para este ano uma rendibilidade de 7,5%. A gestão da sua dotação é realizada da mesma forma que se gere um fundo de pensões. E, actualmente, emprega 13 gestores externos – doze estrangeiros e um português – permanentemente supervisionados por uma equipa liderada pelo próprio Dr. Rui Vilar. Ao longo da sua história, a Fundação Gulbenkian tem dedicado a sua actividade à promoção de quatro áreas estatutárias distintas: arte, beneficência, ciência e educação. Deste modo, a Gulbenkian torna-se num dos mais importantes agentes culturais do nosso país. E o expoente máximo da filantropia em Portugal.

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