As emoções são reacções físicas a percepções e ideias. António Damásio definiu as emoções como “um conjunto de alterações físicas produzidas, num conjunto de órgãos, pelas terminações nervosas do sistema nervoso, em resposta a determinados pensamentos ou eventos”.
Em última instância, portanto, é a consciência dessas reacções físicas que constitui a essência de uma emoção. Sem essas reacções físicas não sobraria nada que de perto ou de longe correspondesse ao conceito de emoção, como afirmou William James no final do Sec. XIX.
As emoções universais – felicidade, tristeza, fúria, medo e repulsa, já estão presentes à nascença e podem ser evocadas em infantes pelos estímulos adequados. O mesmo acontece, de resto, com os outros primatas. No adultos, contudo, as emoções são filtradas pela consciência e a resposta emocional a determinadas situações depende da nossa vivência. Esta vivência ou história emocional é pessoal (única), mas segue padrões definidos que nos permitem compreendê-las e empatizarmos com os nossos semelhantes.
Qual é o papel das emoções na evolução humana? É um papel essencial porque as emoções estão na base das motivações comportamentais. Sem emoções não conheceríamos o amor, o medo, ou quaisquer valores. A nossa mente ficaria suspensa num estado contemplativo e abúlico, incapaz de qualquer decisão, por falta de direccionamento.
O papel das emoções não deve portanto ser subestimado. As emoções estão no cerne da natureza humana e são necessárias para a sobrevivência da espécie. Ayn Rand alertou, porém, para que o emocionalismo, que definiu como a substituição do conhecimento por emoções, é um caminho perigoso para uma espécie que depende da razão para a sua sobrevivência. É por isso que os populismos, com os seus constantes apelos à emoções, constituem uma ameaça.
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