No decurso das minhas habituais leituras de fim de semana, encontrei um artigo com o qual perdi uma boa meia hora. Refiro-me à coluna “Cem por Cento” de Nicolau Santos no Expresso. O artigo desta semana chama-se “Desemprego: reestruturação ou afundamento?”. Em parágrafos diferentes, o colunista escreve que, desde a chegada de Sócrates ao poder, a economia portuguesa acrescentou 94 mil postos de trabalho mas que, ao mesmo tempo, o número de desempregados aumentou em 27 mil pessoas. Posto desta forma, a aparente incongruência é rapidamente entendida, ou seja, há mais funções mas menos pessoas a ocupá-las em simultâneo. Infelizmente, caro Nicolau, no texto original levei meia hora a perceber onde queria chegar. Contudo, o que resta claro é, mais uma vez, a instrumentalização da informação estatística por parte do Governo. De São Bento não sai uma palavra acerca do número de desempregados. Mesmo que o desemprego continue a aumentar.
Quanto à reforma da Administração Pública, parece que o Governo, finalmente, após três dos quatro anos de mandato, se prepara para a concretizar. O primeiro diploma proposto pela Assembleia da República foi chumbado pelo Tribunal Constitucional. E a nova versão passou à rasquinha em Belém. Compreende-se, por isso, a alegria do Ministro das Finanças. A tarefa também não é nada fácil. Em Portugal, existem na função pública 1460 carreiras distintas, que vão agora ser substituídas por apenas 3 carreiras gerais. O sindicalista Bettencourt Picanço considera o “diploma um desastre” (Expresso, 23 Fev, “Estado a arrumar a casa”). Na verdade, o desastre foi ter-se conseguido a proeza de chegar ao número de 1460 carreiras na função pública. Ridículo. O problema é que não há tempo para colocar esta reforma em curso. Estamos a um ano de eleições e, em breve, não existirá vontade política para implementar iniciativas pouco sociais.
Quanto à reforma da Administração Pública, parece que o Governo, finalmente, após três dos quatro anos de mandato, se prepara para a concretizar. O primeiro diploma proposto pela Assembleia da República foi chumbado pelo Tribunal Constitucional. E a nova versão passou à rasquinha em Belém. Compreende-se, por isso, a alegria do Ministro das Finanças. A tarefa também não é nada fácil. Em Portugal, existem na função pública 1460 carreiras distintas, que vão agora ser substituídas por apenas 3 carreiras gerais. O sindicalista Bettencourt Picanço considera o “diploma um desastre” (Expresso, 23 Fev, “Estado a arrumar a casa”). Na verdade, o desastre foi ter-se conseguido a proeza de chegar ao número de 1460 carreiras na função pública. Ridículo. O problema é que não há tempo para colocar esta reforma em curso. Estamos a um ano de eleições e, em breve, não existirá vontade política para implementar iniciativas pouco sociais.
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