15 fevereiro 2008

agregacionismo

O homem é por natureza um animal político (Aristóteles). Vivemos em sociedades organizadas politicamente e sabemos que isolados dos nossos semelhantes não sobreviveríamos muito tempo. Preservar portanto os valores sociais é um imperativo absoluto para qualquer individualista que se preze. A grande questão é: que valores e como os defender?
Os colectivistas resolveram este problema da seguinte maneira: Imaginam um mundo ideal que caracterizam em termos culturais e organizacionais e depois tentam impor-nos essa visão à força, recorrendo muitas vezes à violência. Não lhes ocorre que essa visão do mundo é apenas uma perspectiva individual ou de grupos sociais (tribos? clubes?) e que moralmente é errado impô-la aos outros.

Nas sociedades individualistas não é assim. Ninguém procura impor nada a ninguém (Laissez faire). Os valores sociais e culturais emergem como resultado das acções de cada indivíduo. Se o resultado dessas acções tiver utilidade para os outros é procurado e adoptado, tornando-se norma. A cultura que emerge desse modo não é portanto uma visão pessoal, nem a soma de visões pessoais, nem o máximo divisor comum. A cultura que emerge nas sociedades individualistas é um produto agregado (no sentido económico) da acção humana. Chamo a este modo de desenvolvimento social agregacionismo, por oposição ao colectivismo ou ao socialismo.

Ao longo de dezenas de anos, as sociedades individualistas vão tecendo a sua cultura e a sua organização social e política, de modo a maximizarem a utilidade da sociedade para os indivíduos que a compõem. Como Ayn Rand afirmou: “Uma sociedade boa é um valor para o indivíduo, mas uma sociedade má é um fardo e pode ser fatal”.

Apesar de não ser um conservador, concordo contudo que um “edifício social” que tenha sido “construído, em liberdade, ao longo de muitos anos e que tenha servido razoavelmente os seus propósitos não deve ser demolido de ânimo leve” (Burke). Já no que diz respeito aos frutos das alucinações colectivistas, quanto mais depressa forem derrubados melhor para sermos finalmente livres.

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