A política monetária não se exerce apenas ao nível da taxa de juro directora. Exerce-se também através das chamadas operações REPO (“Repurchase Agreements”). Corresponde à injecção de liquidez no sistema interbancário. Quem o faz é o Banco Central que “vende” fundos aos bancos comerciais e, em simultâneo, compromete-se a “recomprá-los” numa data posterior. Nos Estados Unidos, quem executa este tipo de transacções é o FED de Nova Iorque. As datas e os valores das operações estão disponíveis no seu web site.
Nos últimos doze meses, o FED de Nova Iorque conduziu um total de 164 operações REPO. No total, injectou mais de 1,4 triliões de dólares no sistema interbancário. Fê-lo a uma média de 8,6 mil milhões de dólares por operação. Ao ritmo de 14 operações por mês. A maior intervenção mensal ocorreu em Novembro (179 mil milhões) – quando os bancos começaram a divulgar estimativas das amortizações que teriam de realizar em consequência do “subprime”. Antes, a maior intervenção mensal tinha sido em Maio (168 mil milhões) – quando estourou o fundo da Bear Stearns, no que foi o primeiro indício sério do “subprime”.
A teoria monetária afirma: tudo o resto constante, mais moeda conduz ao crescimento da inflação. Por norma, o indicador utilizado para avaliar a base monetária é o M3. Ora, há muito que este agregado monetário cresce a dois dígitos. Na Europa, os dados são públicos. Em Janeiro, a última leitura disponível, o M3 da zona euro cresceu a 12% ao ano. Nos Estados Unidos, a sua divulgação foi sequestrada pelo FED em 2005, um pouco antes de Greenspan ter passado a pasta a Bernanke. Por isso, as estimativas relativamente ao M3 norte-americano só se conseguem por aproximação. O sítio http://www.shadowstats.com/ defende que o M3 cresce nos Estados Unidos a 15% ao ano.
Uma coisa é certa: a política monetária nos Estados Unidos é francamente acomodatícia. Mais que na Europa. Não só as taxas de juro são mais baixas (fenómeno recente), como também as operações REPO são executadas com muito maior regularidade e robustez (fenómeno não tão recente). Portanto, se na Europa o M3 cresce a 12%, é bem provável que nos Estados Unidos cresça muito mais. O FED está a vergar-se perante a Casa Branca e a encharcar a economia de dólares. Infelizmente, o problema não se resolve com mais notas. Resolve-se, precisamente, com o oposto. Com menos notas. Até que famílias e empresas regressem a níveis sustentados de endividamento – porque é disso que se trata na actual crise.
Nos últimos doze meses, o FED de Nova Iorque conduziu um total de 164 operações REPO. No total, injectou mais de 1,4 triliões de dólares no sistema interbancário. Fê-lo a uma média de 8,6 mil milhões de dólares por operação. Ao ritmo de 14 operações por mês. A maior intervenção mensal ocorreu em Novembro (179 mil milhões) – quando os bancos começaram a divulgar estimativas das amortizações que teriam de realizar em consequência do “subprime”. Antes, a maior intervenção mensal tinha sido em Maio (168 mil milhões) – quando estourou o fundo da Bear Stearns, no que foi o primeiro indício sério do “subprime”.
A teoria monetária afirma: tudo o resto constante, mais moeda conduz ao crescimento da inflação. Por norma, o indicador utilizado para avaliar a base monetária é o M3. Ora, há muito que este agregado monetário cresce a dois dígitos. Na Europa, os dados são públicos. Em Janeiro, a última leitura disponível, o M3 da zona euro cresceu a 12% ao ano. Nos Estados Unidos, a sua divulgação foi sequestrada pelo FED em 2005, um pouco antes de Greenspan ter passado a pasta a Bernanke. Por isso, as estimativas relativamente ao M3 norte-americano só se conseguem por aproximação. O sítio http://www.shadowstats.com/ defende que o M3 cresce nos Estados Unidos a 15% ao ano.
Uma coisa é certa: a política monetária nos Estados Unidos é francamente acomodatícia. Mais que na Europa. Não só as taxas de juro são mais baixas (fenómeno recente), como também as operações REPO são executadas com muito maior regularidade e robustez (fenómeno não tão recente). Portanto, se na Europa o M3 cresce a 12%, é bem provável que nos Estados Unidos cresça muito mais. O FED está a vergar-se perante a Casa Branca e a encharcar a economia de dólares. Infelizmente, o problema não se resolve com mais notas. Resolve-se, precisamente, com o oposto. Com menos notas. Até que famílias e empresas regressem a níveis sustentados de endividamento – porque é disso que se trata na actual crise.
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