07 dezembro 2007

perfeitamente racional


Num post que, contra a minha vontade, quase me tornou célebre, eu afirmei que tudo aquilo que é escrito por autores pertencentes à cultura judaica me deixa de pé atrás. Entre todas as críticas que nessa altura me foram dirigidas, a única que eu aceito como certeira é a de que eu estava a fazer uso de um preconceito.

Claro que eu estava a fazer uso de um preconceito e, ao fazê-lo, estava a ser perfeitamente racional. Afinal, os judeus viveram entre nós, em números razoavelmente significativos, durante séculos, e foram o centro de vários problemas que a história documenta. Na realidade, eles foram o centro de problemas praticamente para todos os povos entre os quais viveram ao longo da sua história milenar. (Actualmente, estão a sê-lo na América).

Os problemas foram tais, por vezes de tal gravidade e recorrência, que os nossos antepassados nos legaram uma vasta sabedoria em ditados populares, em livros, em histórias, em versos, por vezes até em anedotas, que invariavelmente apontam na mesma direcção e revestem a forma de um aviso: Tenham cuidado com eles!

Perante esta sabedoria acumulada ao longo de muitos séculos, e por gerações muito diferentes - e em países muito diferentes uns dos outros, que não apenas em Portugal -, qual é a atitude racional, usar de dupla precaução em relação aos judeus - isto é, do preconceito -, ou de nenhuma precaução e nenhum preconceito, e correr o risco de vir a ter de sofrer na pele as consequências dos mesmos problemas que os nossos antepassados tiveram de viver? Eu uso de dupla precaução.

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