O dinheiro é de todas a maior invenção humana. Quando ouço alguém comentar que não dá valor ao dinheiro fico sempre perplexo porque sem dinheiro não seriam possíveis as condições económicas que garantem a nossa liberdade. Será a aversão ao dinheiro o resultado de uma cultura católica? Não sei.
O que sei é que a noção de dinheiro não é intuitiva. Intuitivas são as noções de propriedade, presentes já em muitos mamíferos, e de troca que estão presentes mesmo em sociedades primitivas.
Eventualmente emergiu o conceito de moeda, na antiguidade, e muito mais tarde a compreensão do custo do dinheiro ou juros, que a Escola de Salamanca teorizou como legítimos, invocando o custo de oportunidade.
Do que fica dito deduz-se que para compreender e dar valor ao dinheiro é necessária educação e até amadurecimento cultural. Uma população que não saiba dar valor ao dinheiro fica diminuída perante as que o sabem fazer. Sem poupar e investir não é possível garantir o futuro e portanto os cidadãos responsáveis preocupam-se com este assunto. Só mesmo às crianças é dada a prerrogativa de viverem despreocupadamente o presente.
Ora que conclusão se pode tirar de observar um País aonde uma grande parte da população não sabe dar valor ao dinheiro, estoura recursos em futilidades, não poupa e até se endivida para lá das suas possibilidades? Estão mesmo a ver a resposta a esta pergunta: Teria de ser um País com uma população bastante infantilizada.
Autor: Joaquim Sá Couto, enviado por e-mail.
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