02 novembro 2007

um dilema moral

A nossa esquerda vive, hoje, um imenso dilema em torno de Israel e dos «sionistas» que habitam esse país: o Irão e o poder nuclear com que Ahmadinejad quer dotar o seu país. Pavloviamente, tudo quanto seja contra o que eles pensam ser os «interesses americanos» e a «agressão imperialista» dos EUA na região, faz babá-los de gozo. Por isso e também em homenagem ao sacrossanto princípio da «soberania nacional dos povos», eles apoiam as pretensões do pequeno marajá iraniano. Chato, chato e muito inconveniente para a esquerda bem pensante, é quando o homem começa a dizer disparates sobre os judeus e Israel, afirmando que o Holocausto não passa de propaganda, que Israel veio destruir a boa paz em que viviam as boas gentes da Palestina e que os judeus deviam ser trasladados para a Europa, com destino a cargo dos alemães. É, de resto, por causa de Israel, das armas nucleares de Israel, da perturbação permanente que Israel trouxe para a região, e da desconfiança que motivam as gentes (os «sionistas», é bom não esquecer) que vivem nesse país agressor, que o bom do Ahmadinejad quer o poder nuclear. Deve ser, de facto, uma maçada enorme este drama moral: fazer conviver o anti-americanismo com o anti-semitismo. Mas a resposta é simples: uma coisa são os «judeus», outra bem diferente são os «sionistas». Foi exactamente isto que, até ao fim da guerra, Hitler disse sempre. Os campos de concentração só foram descobertos depois de 1945.

Sem comentários: