25 novembro 2007

o marco

Como cidadão português, eu nunca fui um adepto do euro. Nem sou ainda hoje. E faço questão de reiterar esta posição agora que o euro parece conhecer um dos seus melhores momentos face ao seu principal concorrente - o dólar.

Nas vésperas da introdução do euro, um jornal conduziu entrevistas entre vinte economistas portugueses, perguntando-lhes se eram favoráveis à adesão de Portugal à moeda europeia Apenas dois responderam negativamente - eu e o João Ferreira de Almeida. A minha posição não mudou e as razões estão, em parte, apresentadas num post mais abaixo.

Dizia-se, então, que o euro iria pôr Portugal no pelotão da frente. A verdade, porém, é que desde a adesão de Portugal ao euro, o país tem vindo a aproximar-se cada vez mais do pelotão de trás, não do pelotão da frente. Na analogia que então utilizei, era como forçar um homem frágil - Portugal - a acompanhar o recordista mundial dos 100 metros - a Alemanha. Num esforço supremo, talvez ele conseguísse acompanhá-lo durante 5 metros. Depois, caía para o lado, em colapso.

Mais intrigante, porém - mas esse era um problema dos alemães, não meu - era a questão de saber como é que um país, como a Alemanha, que possuía a moeda mais bem gerida do mundo - o marco - aceitava agora partilhar a gestão - e, no limite, perder o controlo dela -, de uma moeda comum - o euro - com banqueiros centrais de outros países que não possuíam, nem de longe, a capacidade e a disciplina dos alemães nesta matéria. A prazo, na minha opinião, os alemães iriam pagar caro o devaneio.

É o que vamos ver nos próximos meses.

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