O argumento de John Stuart Mill acerca da liberdade de expressão e de debate, e que permanece até hoje o argumento clássico, só poderia partir de um autor de tradição protestante e ser praticado em ambiente protestante como a Inglaterra. Segundo o argumento, a liberdade de expressão é útil porque permite a expressão do erro o qual, em confronto com a verdade, permite à verdade sair reforçada.
O argumento pressupõe que os participantes no debate estão abertos a ouvir versões alternativas da verdade - mesmo que seja o erro - e a alterarem as suas convicções perante a evidência de uma verdade maior ou mais completa. E pressupõe ainda que ninguém está certo de ser o dono da verdade - caso contrário nunca se disporia a ouvir uma verdade alternativa ou ainda maior, e muito menos o erro.
A vantagem apontada por Mill não existe num país de tradição católica, onde cada um julga possuír a verdade. Aqui, cada um entra no debate para arruinar a outra parte a qual, segundo ele, está obviamente em erro. O objectivo do debate, por parte de cada um dos participantes, torna-se então o de amesquinhar e desacreditar o outro - e para isso vale tudo, e tudo é, na realidade, merecido porque se trata de combater o erro.
Na tradição protestante, o debate representa um processo de aprendizagem e de elevação para a verdade. Na tradição católica é uma espécie de luta de galos, cujo resultado mais certo é o de dividir as pessoas e balcanizar a sociedade. Nesta tradição o debate só é útil para aqueles que tendo por função descobrir a verdade, não estão certos de a possuír - os bispos e o Papa e, mais geralmente, a elite da sociedade. Não para aqueles a quem foi ensinada uma versão oficial da verdade e que, por isso, estão certos de a possuír.
O argumento pressupõe que os participantes no debate estão abertos a ouvir versões alternativas da verdade - mesmo que seja o erro - e a alterarem as suas convicções perante a evidência de uma verdade maior ou mais completa. E pressupõe ainda que ninguém está certo de ser o dono da verdade - caso contrário nunca se disporia a ouvir uma verdade alternativa ou ainda maior, e muito menos o erro.
A vantagem apontada por Mill não existe num país de tradição católica, onde cada um julga possuír a verdade. Aqui, cada um entra no debate para arruinar a outra parte a qual, segundo ele, está obviamente em erro. O objectivo do debate, por parte de cada um dos participantes, torna-se então o de amesquinhar e desacreditar o outro - e para isso vale tudo, e tudo é, na realidade, merecido porque se trata de combater o erro.
Na tradição protestante, o debate representa um processo de aprendizagem e de elevação para a verdade. Na tradição católica é uma espécie de luta de galos, cujo resultado mais certo é o de dividir as pessoas e balcanizar a sociedade. Nesta tradição o debate só é útil para aqueles que tendo por função descobrir a verdade, não estão certos de a possuír - os bispos e o Papa e, mais geralmente, a elite da sociedade. Não para aqueles a quem foi ensinada uma versão oficial da verdade e que, por isso, estão certos de a possuír.
Na tradição católica, o debate justifica-se para aqueles a quem é reconhecida a autoridade para fazer o catecismo ou redigir a sebenta. Não tem utilidade nenhuma - e é uma fonte de antagonismo - para aqueles que tudo o que até então fizeram na vida foi ler o catecismo ou estudar a sebenta.
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