Na caixa de comentários ao meu post anterior, o comentador tric mencionou um facto acerca da condução da política monetária dos EUA que eu penso ser relevante, e cuja influência pretendo discutir mais tarde. O facto é o de que os dois Presidentes da Reserva Federal que serviram na Administração Bush serem judeus. Foi em 2006 que Allan Greenspan, que fora nomeado para o cargo em 1986 pelo Presidente Reagan, cedeu o lugar a Ben S. Bernanke, o actual Presidente, nomeado pelo Presidente Bush.
A questão que pretendo colocar é a seguinte: qual a probabilidade de entre pessoas de mérito e qualificações equivalentes para ocuparem o cargo de Presidente do Fed, dois - um a seguir ao outro - serem judeus, admitindo que não existem outras considerações ou influências na escolha?
Sabendo que a comunidade judaica nos EUA representa 2.5% da população total, segue-se que a probabilidade de dois Presidentes consecutivos do Fed serem judeus é de 0.06% - uma impossibilidade prática. Não obstante, ela aconteceu.
É verdade, porém, que a cultura judaica atribui grande importância à educação e possui com maior frequência que a cultura cristã, ou outra, homens e mulheres de mérito. Vou então supor que os judeus são três vezes melhores que os outros e que, embora representem apenas 2.5% da população, a probabilidade de um judeu ser designado Presidente do Fed é três vezes maior, isto é, 7.5%. Qual a probabilidade, então, sob estas condições, de dois Presidentes consecutivos do Fed serem judeus? A resposta é 0.56%, ainda uma impossibilidade prática. No entanto, aconteceu.
Posta a questão de outro modo, quantas vezes é que os judeus têm de ser melhores que os homens e mulheres de outras culturas na América (a esmagadora maioria é cristã), para ser mais provável que o seu contrário - isto é, para que tenha uma probabilidade superior a 50% - o acontecimento "dois Presidentes consecutivos do Fed são judeus", supondo sempre que, para além do mérito, não existem outras considerações ou influências na escolha?
A resposta é: cerca de 30 vezes. Como não é crível que, em média, os judeus sejam 30 vezes melhores que os cristãos, a conclusão a tirar é a de que a escolha dos Presidentes do Fed não obedece apenas a critérios de mérito. Outras considerações ou influências estarão presentes.
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