11 novembro 2007

ao mesmo fim


Num comentário recente no Becker-Posner blog, Richard Posner lamenta o esquerdismo prevalecente nas universidades americanas, salientando, como um mistério que ele não consegue explicar, a desproporção de intelectuais judeus que o representam.

No seu clássico de 1895 sobre o anti-semitismo Bernard Lazare - antes de salientar que a "contribuição [dos judeus] para o socialismo actual foi, como se sabe, muito grande" - já tinha identificado a propensão revolucionária do espírito judaico: "(...) nós temos de inquirir qual foi a importância, não direi dos judeus, mas do espírito judaico, durante o período de revolta feroz contra o cristianismo que foi o século XVIII."

"Não devemos esquecer que, durante o século XVII (vários intelectuais judeus) tinham já trazido à a superfície volumes antigos de polémica hebraica, escritos em refutação da Trindade e da Encarnação e atacando todas os dogmas e formas do Cristianismo, com um azedume inteiramente judaico, e com toda a subtileza dos casuistas que criaram o Talmud. Eles deram ao mundo não apenas tratados sobre questões de doutrina e exégese (...) mas publicaram também tratados blasfemos e pseudo-biografias de Jesus (...)".

"O século XVIII repetiu, a respeito de Jesus e da Virgem, as fábulas ultrajantes inventadas pelos fariseus no século segundo; encontramo-las em Voltaire e em Parney, e as suas sátiras racionalistas, pelúcidas e mordazes vivem também em Heine, Boerne e Disraeli; da mesma forma que a poderosa lógica dos antigos rabinos vive em Karl Marx, e a sede apaixonada de liberdade dos antigos rebeldes hebreus respira outra vez na alma resplandescente de Ferdinand Lassalle".

Sobre as sociedades secretas do século XVIII, como a maçonaria, que desempenharam um papel revolucionário crucial, escreve Lazare: " (...) as sociedades secretas deram expressão à dupla natureza dos judeus, por um lado, o seu racionalismo rígido, por outro o seu panteísmo (...). Não existe dificuldade em mostrar como estas tendências funcionaram em harmonia; como Cazotte, Cagliostro, Martinez, o Conde de Saint Gervais e Eckarsthausen estavam praticamente em aliança com os Enciclopedistas e os Jacobinos e ambos, a despeito da sua aparente hostilidade, sucederam em chegar ao mesmo fim, a saber, a subversão do cristianismo."

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