Entre os muitos milhares de leis que, desde a instauração da democracia, foram aprovadas para favorecer interesses corporativos, a expensas de toda a população, existem algumas que possuem um carácter caricato. Uma delas é aquela que obriga uma pessoa para se defender em tribunal a empregar um advogado.
É claro que bastaria aparecer o primeiro réu sem dinheiro para pagar ao advogado, para que se fizesse uma segunda lei que punha o Estado a pagar aos advogados - o chamado instituto da assistência jurídica.
Segundo a mesma lógica, porque não obrigar quem está doente a empregar um médico, quem compra alimentos a empregar um nutricionista, quem tem uma empresa a empregar um economista e quem precisa de consertar um móvel a empregar um serralheiro?. Porém, a lógica só vale para os advogados porque foram eles que, de forma organizada, conseguiram sacar ( o termo apropriado é este) esta benesse do poder político
Nunca uma lei destas que beneficia os advogados a expensas dos contribuintes passaria na Câmara Corporativa. O representante dos economistas levantar-se ia para dizer "Eu dou parecer favorável a essa lei desde que todas as empresas - incluindo os escritórios de advogados - sejam obrigadas a empregar um economista". E o representante do sindicato dos serralheiros acrescentaria: "... eu também, desde que sejam igualmente obrigadas a empregar um serralheiro".
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