O Paulo Pinto Mascarenhas pediu-me um esclarecimento e eu, na medida das minhas possibilidades, procurarei dá-lo.
Acontece que o PPM pressupõe por mim o que eu não pressuponho em nenhum momento: que a vitória de Menezes representa o fim do cavaquismo no PSD e a genuína refundação da direita. Não me lembro de ter escrito isso em lado algum, nem sequer tê-lo sugerido. Ainda que admita que Menezes possa estripar os restos do cavaquismo que andam pelo PSD, o que deverá fazer por razões de sobrevivência, não creio que a direita seja tão cedo refundada, conceito, de resto, considero um tanto ou quanto bizarro, mas cuja paternidade não me é devida.
O que relevo na vitória de Menezes são os seguintes três aspectos. A divertida humilhação das «elites» do partido, da aristocracia da laranjada, a quem a direita deve o miserável estado em que se encontra, em primeiro lugar. O fim do mais negro período de oposição a um governo de que me lembro em Portugal, protagonizado por Marques Mendes e por uma galeria de figuras de terceira apanha em quem ninguém acreditava, a começar pelos próprios, já condenados à derrota nas próximas legislativas, em segundo. Por último, a curiosidade sobre o que vai acontecer nos próximos tempos em Portugal, tendo em conta que estes volte-face na política podem provocar alterações imprevisíveis. O que, dada a letargia a que Marques Mendes nos tinha condenado e condenado o país, é, para mim, um facto de alguma importância. Pelo menos, para quebrar a monotonia.
Entretanto, aproveitando a ocasião, eu gostaria de deixar aqui mais duas notas. A primeira, é que acho espantoso que o PPM preste atenção ao argumento do «populismo», o que julgo subentender-se das críticas que tem feito a Menezes. Tem sido esse, de resto, o «argumento» de todos os escandalizados com a vitória de Menezes, que são exactamente as mesmas pessoas que acusavam e acusam Paulo Portas do mesmo. Eu, por mim, continuo à espera que me expliquem o que é isso do «populismo» em democracia e, sobretudo, que me dêem exemplos de políticos que não padeçam desse «mal». A segunda, quanto à refundação da direita. Confesso que tive a ingenuidade de pensar, a seguir às últimas legislativas, que Paulo Portas a iria protagonizar. Parecia-me que tinha quase todas as condições para isso: carisma, inteligência, juventude e tempo, talento, prestígio e ausência de concorrentes. Afinal, enganei-me: o homem cedeu ao vício, e preferiu ir contar espingardas (e usá-las) para os conselhos nacionais do CDS. Tenho pena, mas o assunto é lá com ele. Foi uma oportunidade que se perdeu. Outras virão, pela certa.
Acontece que o PPM pressupõe por mim o que eu não pressuponho em nenhum momento: que a vitória de Menezes representa o fim do cavaquismo no PSD e a genuína refundação da direita. Não me lembro de ter escrito isso em lado algum, nem sequer tê-lo sugerido. Ainda que admita que Menezes possa estripar os restos do cavaquismo que andam pelo PSD, o que deverá fazer por razões de sobrevivência, não creio que a direita seja tão cedo refundada, conceito, de resto, considero um tanto ou quanto bizarro, mas cuja paternidade não me é devida.
O que relevo na vitória de Menezes são os seguintes três aspectos. A divertida humilhação das «elites» do partido, da aristocracia da laranjada, a quem a direita deve o miserável estado em que se encontra, em primeiro lugar. O fim do mais negro período de oposição a um governo de que me lembro em Portugal, protagonizado por Marques Mendes e por uma galeria de figuras de terceira apanha em quem ninguém acreditava, a começar pelos próprios, já condenados à derrota nas próximas legislativas, em segundo. Por último, a curiosidade sobre o que vai acontecer nos próximos tempos em Portugal, tendo em conta que estes volte-face na política podem provocar alterações imprevisíveis. O que, dada a letargia a que Marques Mendes nos tinha condenado e condenado o país, é, para mim, um facto de alguma importância. Pelo menos, para quebrar a monotonia.
Entretanto, aproveitando a ocasião, eu gostaria de deixar aqui mais duas notas. A primeira, é que acho espantoso que o PPM preste atenção ao argumento do «populismo», o que julgo subentender-se das críticas que tem feito a Menezes. Tem sido esse, de resto, o «argumento» de todos os escandalizados com a vitória de Menezes, que são exactamente as mesmas pessoas que acusavam e acusam Paulo Portas do mesmo. Eu, por mim, continuo à espera que me expliquem o que é isso do «populismo» em democracia e, sobretudo, que me dêem exemplos de políticos que não padeçam desse «mal». A segunda, quanto à refundação da direita. Confesso que tive a ingenuidade de pensar, a seguir às últimas legislativas, que Paulo Portas a iria protagonizar. Parecia-me que tinha quase todas as condições para isso: carisma, inteligência, juventude e tempo, talento, prestígio e ausência de concorrentes. Afinal, enganei-me: o homem cedeu ao vício, e preferiu ir contar espingardas (e usá-las) para os conselhos nacionais do CDS. Tenho pena, mas o assunto é lá com ele. Foi uma oportunidade que se perdeu. Outras virão, pela certa.
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