A famosa «ética republicana», o conjunto de valores que terão caracterizado os primórdios dos regimes republicanos europeus, no fim do século XIX e no princípio do século XX, está longe de ter contribuído para a limitação do absolutismo régio, ao contrário do que hoje se possa pensar. O absolutismo já não existia, nessa altura, praticamente em lado algum, e a transformação operara-se graças ao constitucionalismo liberal, de resto, muito pouco avesso ao republicanismo.
Que valores eram, então, esses da dita «ética republicana»? Essencialmente os da pequena burguesia trabalhadora e honrada, muito céptica em relação à classe política, muito crítica das instituições parlamentares das monarquias constitucionais, dos «excessos» do parlamentarismo, da falta de ordem política e social, da exigência de progresso e educação por via do estado, e da intervenção do governo nos mais diversos sectores da vida social.
Quando as revoluções republicanas triunfam, não é a pequena burguesia citadina que ascende ao poder, mas essencialmente a elite universitária e militar. As instituições políticas continuam praticamente as mesmas das monarquias constitucionais: um parlamento de onde emana o governo, permanentemente em reboliço um e outro e um com o outro, e um chefe de estado com escassos, ou nenhuns, poderes de governo, agora chamado presidente da república em vez de rei. A pequena burguesia continuaria insatisfeita e crítica, muito crítica, do parlamentarismo. Os seus «valores éticos», a sua elevada «exigência» política, a sua desconfiança das instituições parlamentares – «onde só se tagarelava» -, e dos políticos – «todos corruptos e desonestos» -, levaria, no fracasso das primeiras experiências parlamentares republicanas, a uma nova forma de «ética» política: ao fascismo.
Que valores eram, então, esses da dita «ética republicana»? Essencialmente os da pequena burguesia trabalhadora e honrada, muito céptica em relação à classe política, muito crítica das instituições parlamentares das monarquias constitucionais, dos «excessos» do parlamentarismo, da falta de ordem política e social, da exigência de progresso e educação por via do estado, e da intervenção do governo nos mais diversos sectores da vida social.
Quando as revoluções republicanas triunfam, não é a pequena burguesia citadina que ascende ao poder, mas essencialmente a elite universitária e militar. As instituições políticas continuam praticamente as mesmas das monarquias constitucionais: um parlamento de onde emana o governo, permanentemente em reboliço um e outro e um com o outro, e um chefe de estado com escassos, ou nenhuns, poderes de governo, agora chamado presidente da república em vez de rei. A pequena burguesia continuaria insatisfeita e crítica, muito crítica, do parlamentarismo. Os seus «valores éticos», a sua elevada «exigência» política, a sua desconfiança das instituições parlamentares – «onde só se tagarelava» -, e dos políticos – «todos corruptos e desonestos» -, levaria, no fracasso das primeiras experiências parlamentares republicanas, a uma nova forma de «ética» política: ao fascismo.
Sem comentários:
Enviar um comentário