Quando uma pessoa ou uma instituição como o Estado decide envolver-se praticamente em todas as esferas da vida social e, portanto, no mundo dos interesses, ela acaba inevitavelmente a desgastar-se e a perder autoridade.
Provavelmente, nenhuma instituição no país viu a sua autoridade tão diminuída nos últimos trinta anos como o Estado central. Os cidadãos, ocasionalmente, têm medo do Estado, mas, aos meus olhos pelo menos, é certo que dificilmente o respeitam.
Para inverter esta situação e restaurar a autoridade do Estado central, o primeiro passo é, então, o de remeter para outras instituições muitas das actividades que neste momento são desempenhadas por ele, reservando-lhe em relação a estas funções uma função apenas de regulação e de supervisão.
A educação e a saúde, pela sua importância e dimensão, são talvez aquelas actividades que mais têm contribuído para o desgaste da autoridade do Estado. Nas condições presentes da sociedade portuguesa, eu sou um adepto de uma rede de hospitais, bem como de escolas e universidades públicas. Porém, elas são para ser geridas pelas autarquias locais - individualmente ou em associação -, e não pelo Estado central.
Paralelamente, devem ser encorajadas nestes sectores instituições privadas, incluindo empresas e a Igreja, a qual possui nos domínios da educação e da saúde uma tradição de padrões inigualáveis.
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