Eu tenho frequentemente afirmado que, de entre todas as instituições que o regime democrático prostituiu em Portugal nos últimos 30 anos, à frente de todas está a justiça.
A entrevista do Procurador-Geral da República ao Sol é, neste aspecto, um exemplo, pela mais elementar falta de sentido de Estado. Aquela sua afirmação de que ele próprio não está certo de o seu telefone não estar a ser objecto de escutas não é aceitável em quem ocupa a sua posição. O que pensará então o comum dos cidadãos quando fala ao telefone? E é ainda menos aceitável que ele aceite dar uma entrevista a um jornal que poucas semanas antes dava uma notícia de primeira página, ao mesmo tempo que reconhecia, também na primeira página, que, ao publicá-la, estava a violar a lei e a cometer um crime.
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