A nossa profunda tradição monárquica, e ausência de tradição democrática, produz, por vezes, resultados que são certamente irónicos, senão mesmo hilariantes. Um deles é o carácter pejorativo que em Portugal possui o populismo.
A natureza da cultura democrática é a de chamar o povo e apelar ao povo para governar o país, exprimindo o povo na governação todas as suas qualidades e, naturalmente, também todos os seus defeitos. Porém, em Portugal, apelar ao povo é pecado - o pecado do populismo.
No nosso inconsciente colectivo, aquilo a que aspiramos não é a uma democracia do povo, como devia ser a democracia. Não. Nós aspiramos a uma democracia real, que é uma democracia apenas reservada à nobreza.
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