07 setembro 2007

Tenha calma, seu Gustavo...

O meu amigo diz apenas umas meias verdades, porque esquece o reverso positivo da medalha: o colonialismo português foi o mais humano, cosmopolita e igualitário. O mais próximo do moderno ideal de globalização, de que aliás foi precursor.

O Brasil é a melhor sociedade multiracial do mundo, onde a doçura de viver contrasta fortemente com a rigidez e o apartheid psicológico que caracterizou as colónias holandesas e inglesas, bem como com a violência da colonização espanhola. Não me parece que o ex-holandês Surinam seja assim tão especial e lembremo-nos que o apartheid sul-africano foi sobretudo obra dos africaners nerlandófonos.

Não consigo imaginar o Brasil a falar o áspero holandês (uma irritação de garganta), com bantustões para negros e sem as mulatas, a grande obra do português e verdadeiro ex-libris do Brasil. E sem samba, nem futebol - pouco calvinistas.

Aliás, quem correu com os holandeses de Maurice de Nassau no Nordeste foram sobretudo os mestiços cristianizados brasileiros, verdadeiros heróis de Guararapes e outras batalhas. O Brasil é uma bela obra de que os portugueses - os heróis do mar da maior potência do séc. XVI - bem se podem orgulhar. E se já faz parte dos BRIC, o Brasil chegará ao fim do século como uma das maiores potências mundiais, tal como o "avozinho" o foi. Tenha calma, seu Gustavo...

Quanto aos "burrinhos" lusos, isso é estória inventada por muito brasuca alemão, italiano, polonês, por causa da inveja que lhes causa o facto de um milhão de portugueses seiscentistas terem dominado meio mundo e criado tantas colónias, que eles, muito "inteligentes", não souberam criar nem cristianizar. A maior nação católica do mundo é o Brasil, e graças a quem?

Euroliberal
(comentário ao post Ninguém haverá de negar)
Cf. sobre este assunto neste blogue, the freest.

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