A mãe de Madeleine MacCann foi apupada e insultada, hoje de manhã, à entrada das instalações da PJ de Portimão, por uma multidão que se encontrava à sua espera. Provavelmente, a mesma turba que por lá tem andado nos últimos meses a aplaudi-la, a cumprimentá-la e a tirar-lhe fotografias para a posteridade.
Desconheço se a mãe da criança tem alguma responsabilidade no seu desaparecimento. Em rigor, nenhum de nós o sabe. A história é, em si, suficientemente horrível para não concentrar nela a pouca imaginação que me resta. Mas sei que não há coisa mais abjecta do que esta «justiça» do povo, em nome de quem, aliás, ela é feita desde a Revolução Francesa, e em nome da qual se fundam quase todos os valores da nossa ordem jurídica de direito público. Como também me começa a desagradar que o fundamento da nossa soberania continue a ser a ilimitada «vontade» desta turba.
Desconheço se a mãe da criança tem alguma responsabilidade no seu desaparecimento. Em rigor, nenhum de nós o sabe. A história é, em si, suficientemente horrível para não concentrar nela a pouca imaginação que me resta. Mas sei que não há coisa mais abjecta do que esta «justiça» do povo, em nome de quem, aliás, ela é feita desde a Revolução Francesa, e em nome da qual se fundam quase todos os valores da nossa ordem jurídica de direito público. Como também me começa a desagradar que o fundamento da nossa soberania continue a ser a ilimitada «vontade» desta turba.
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