Quem adquire um certo grau de especialização numa determinada área do saber, como a economia, acabará por se dar conta, com o decorrer do tempo, que as principais questões que se põem nessa área do saber, e as mais difíceis, não encontram resposta dentro dela - mas que, se possuem uma resposta, ela só poderá ser encontrada na história ou na filosofia.
Por isso, de um economista profissional, eu fui gradualmente evoluindo - ultimamente, a ritmo acelerado - para me transformar num filósofo e num historiador amador. Foi assim, neste estado de espírito que, em 1986, oito anos depois de lá ter chegado, regressei de Ottawa a Portugal, tendo lá permanecido muito mais tempo do que estava inicialmente previsto - e até considerado permanecer lá para sempre - porque, entretanto, tinha-me tornado professor efectivo da universidade.
Nesta fase, eu recordo o impacto que produziram em mim autores como Will e Ariel Durant, H.G. Wells, Ferdinand Braudel, J. Huizinga, Paul Johnson, Michael Novak, Edward Gibbon, Edmund Burke, Tocqueville, Hannah Arendt, os escritos dos founding fathers americanos, Teilhard de Chardin, Lord Acton, Macaulay, Aldous Huxlei, Jacques Le Goff, R. H Tawney e outros.
Se, neste conjunto, eu tivesse de escolher três livros para completar a lista de dez que o Dragão e a zazie me sugeriram que indicasse, diria: The Story of Civilization, de Will e Ariel Durant, um empreendimento intelectual extraordinário, realizado com um sentimento de aventura e encanto; La Démocratie en Amérique, talvez o livro mais genuinamente honesto que eu li; e The Spirit of Democratic Capitalism, de Michael Novak, porque, da América, me fez olhar, de uma outra perspectiva, para os países de tradição católica - e um deles era o meu.
PS. Passo agora ao Rui A. no Portugal Contemporâneo e ao João Miranda no Blasfémias, se eles aceitarem.
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