13 setembro 2007

punho dourado

O país ruborizou de vergonha: o senhor Scolari, caudilho incontestado da equipa das quinas, enfiou um pêro rasante no nariz de um jogador adversário, ontem à noite, após mais um humilhante empate concedido pela nossa equipa.

O caso é grave. O futebol é o espelho da pátria, e o que se passa dentro das quatro linhas honra ou desonra-nos a todos. Como dizia aos microfones da rádio o Prof. Joaquim Meirim, está em causa o «interesse público», como se o sopapo do seleccionador tivesse acertado impiedosamente nos narizes de todos os portugueses. Para mais, por ter sido rasante, não chegou a atingir em pleno a narigueta do energúmeno, pelo que ficou o gesto e pouco mais.

A vergonha que se abateu sobre nós é, por isso, colectiva e insuportável. Pior, só se o Primeiro-Ministro perdesse a cabeça num Conselho Europeu e, a pretexto de uma perda na atribuição de fundos comunitários, desatasse a pontapear as partes baixas dos seus colegas Chefes de Governo.

O gesto carece, por conseguinte, de reparação, castigo e pena pesada. Agravada, sobretudo, por não ter aplicado tratamento idêntico, mas necessariamente mais conciso, nas faces dos seus jogadores após o jogo de ontem e do jogo da Polónia.

O futebol é, definitivamente, um desporto de cavalheiros, onde selvagens pouco criteriosos não devem ter lugar.

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