Quando em 1986 eu regressei a Portugal e à universidade portuguesa, depois de viver durante oito anos aquele que permanece até hoje o período mais intenso e mais vibrante da minha vida intelectual, eu pensei que poderia contribuír para que a geração seguinte de portugueses pudesse viver a universidade como eu a acabara de viver, e que a universidade pudesse ter efeitos tão profundos na sua vida, como durante este período tivera em mim.
As desilusões iriam começar em breve, e eu estou hoje convencido que a democratização da universidade portuguesa, ocorrida precisamente a partir da segunda metade dos anos oitenta, com o inevitável abaixamento dos padrões, acabará por se revelar, a prazo, um pesado ónus para o país. Alguns sinais - demasiados em tão pouco tempo - estão já aí.
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