Quando, há cerca de mês e meio, o Rui A. me pediu que escrevesse um post para o Portugal Contemporâneo sobre a eutanásia, eu aceitei o pedido. Os jornais davam conta nesses dias que o Parlamento português se propunha discutir a legislação sobre a eutanásia no sentido de a liberalizar (a actual legislação em Portugal proíbe todas as formas de eutanásia).
A razão que o Rui invocou foi a de que, na altura do referendo sobre o aborto, eu tinha produzido um post no Blasfémias em que me pronunciava contra a ideia do referendo, argumentando que, tendo-se posto à discussão pública a definição do momento em que começava a vida humana, não decorreria muito tempo até que o povo, ou os seus representantes, decidissem também definir-lhe o termo. Não me enganei.
Quando chegou a altura de cumprir o compromisso que assumi para com o Rui, eu escrevi um post, não sobre a eutanásia, mas sobre o aborto, argumentando que primeiro precisava de voltar a este tema. E, entretanto, escrevi mais de cem posts no Portugal Contemporâneo - mas nunca sobre a eutanásia - a tal ponto que acabei por me tornar membro do blogue. A razão é que eu não tinha uma posição sobre a eutanásia e precisava de tempo para chegar a uma.
Finalmente, cheguei lá, ao cabo de mês e meio, e mais de uma centena de posts. A minha posição é a seguinte. Eu sou contra todas as formas de coarctar a vida humana. A vida humana é sagrada, pertence a Deus e ninguém pode dispôr dela - incluindo o próprio. Por isso, eu sou contra a eutanásia, e a lei actual, que proíbe todas as variantes da eutanásia, é uma lei boa e não precisa de ser modificada.
A sustentação para a minha posição é o princípio da sacralidade da vida humana, que é um dos mais importantes princípios da nossa civilização. Quando este princípio foi violado, e no último século ele foi violado vezes de mais (v.g., nazismo, comunismo), os horrores foram indescritíveis.
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