A democracia tem sido frequentemente descrita como o governo por opinião. O povo escolhe os governantes por meio de sufrágio. Os governantes, para se fazerem eleger, são levados a patrocinar as ideias ou opiniões que o povo maioritariamente possui sobre os temas da sociedade. Para mudar um país democrático, então, aquilo que há a fazer é procurar influenciar e mudar a opinião pública.
Este é o argumento, por exemplo, do economista Friedrich Hayek, e ao qual o José Manuel Moreira alude num post em baixo. E, na realidade, o próprio Hayek foi um dos principais incentivadores da criação de think tanks que levassem à difusão das ideias liberais junto do público, e de que o mais célebre de todos - certamente, o mais antigo - é provavelmente o Institute of Economic Affairs de Londres.
Eu não estou certo da influência que os think tanks liberais conseguiram exercer, ou ainda hoje exercem, sobre a opinião pública, mas penso que é marginal. Enquanto, a partir dos anos 60, eles cresciam e se multiplicavam, defendendo a primazia da iniciativa privada e combatendo o peso do Estado na economia e na sociedade, a verdade é que o Estado não deixou de aumentar desde então praticamente em todos os países do Ocidente. O período em que terão tido maior influência terá sido o início dos anos oitenta e sobretudo nos países anglo-saxónicos.
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Os think tanks liberais que tiveram origem nos países do norte da Europa e da América do Norte, são instituições que evocam um certo proselitismo que é típico da cultura protestante. Talvez por isso, eles foram sempre muito mais raros, e certamente muito menos influentes, nos países católicos do sul da Europa e da América Latina.
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