Entre 1820 e 1910, Portugal teve seis monarcas - dos quais dois foram assassinados - e três regentes; 142 governos (um em cada sete meses, por média); 42 parlamentos, 35 dos quais dissolvidos por meios violentos; 31 ditaduras (definidas como períodos fora da normalidade constitucional); 51 revoluções, pronunciamentos, golpes de estado ou sedições; e, pelo menos, uma sangrenta guerra civil.Nos 16 anos seguintes, entre 1910 e 1926, as coisas foram ainda piores: 8 chefes de estado, dos quais um foi assassinado, dois exilados, um que resignou, dois que renunciaram, um que foi substituído; 52 governos (um em cada três meses, por média); 8 parlamentos, dos quais cinco foram dissolvidos por meios violentos; e 11 ditaduras. (1)
Ao período da história de Portugal que decorre entre 1820 e 1926, e que foi animado pelos ideais de liberdade e democracia inspirados na revolução francesa, alguns historiadores, por uma ironia do espírito humano que Orwell compreenderia, têm chamado o período do liberalismo. Podiam, igualmente, ter-lhe chamado o período da opressão, da desordem, da anarquia, da violência - ou simplesmente, o período mais negro da nossa história.
(1) João José Brandão Ferreira, Uma perspectiva histórica sobre as revoltas militares em Portugal, Alameda Digital, Ano I, nº 2, Março/Abril de 2007
9 comentários:
«Entre 1820 e 1910, Portugal teve seis monarcas»
Correcção: 8
D. João VI,
D. Pedro IV,
D. Maria II,
D. Miguel I
D. D. Pedro V
D. Luís I
D. Carlos I
D. Manuel II
Obrigado Gabriel.
E ainda a República não fez 100 anos, já entregou o ultramar, a moeda e a soberania nacionais.
Monarquia:
«142 governos (um em cada sete meses, por média»
89, segundo a wikepedia:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_primeiros-ministros_de_Portugal
1ª República:
«52 governos (um em cada três meses, por média)»
45 governos
http://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_primeiros-ministros_de_Portugal
Penso que o que está implícito neste post, não é tanto a exactidão das contagens, mas o facto de, após períodos de grande instabilidade política e social, existir o perigo de regimes ditatoriais se instalarem, com as consequências que daí advêm do ponto de vista da perda das liberdades individuais. Foi o que aconteceu entre nós e na Alemanha, com o desfecho que todos nós bem conhecemos.
P.S: É opinião generalizada de que a Wikipédia não é uma fonte segura de informação, no entanto, não confirmo nem desminto.
"Ao período da história de Portugal que decorre entre 1820 e 1926, e que foi animado pelos ideais de liberdade e democracia inspirados na revolução francesa, alguns historiadores, por uma ironia do espírito humano que Orwell compreenderia, têm chamado o período do liberalismo. Podiam, igualmente, ter-lhe chamado o período da opressão, da desordem, da anarquia, da violência - ou simplesmente, o período mais negro da nossa história."
E o que inspirou o Cristianismo? E o Islamismo? E Nietzsche?
Não seria preferível falar dos aproveitamentos que os ideais de alguns (melhores ou piores, mais ou menos utópicos)sofreram por parte dos restantes, pela mesma ânsia do poder de sempre ou, se se quiser, pelo medo-ao-outro?
Não tenho seguido atentamente a leitura dos posts de Pedro Arroja.
Mas, após a leitura do post acima intitulado "os melhores períodos", concluo que a minha interpretação do conteúdo deste post está profundamente errada. Afinal trata-se de uma apologia aos regimes ditatoriais. Não tenho nada contra, muito pelo contrário, o facto de vivermos sob a batuta de um regime democrático, permite exactamente a manifestação livre das opiniões individuais.
Qual foi o segundo Rei assassinado?
Julgo que será referente á alegação de que D. João VI foi envenenado.
Enviar um comentário