14 julho 2007

14 de Julho: a liberdade da Bastilha

Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) foi, provavelmente, o pensador que mais influenciou as ideias da Revolução Francesa. O historiador inglês Edmund Burke (1729-1797), comentando a Revolução a partir das ilhas britânicas, observou: "Existe grande disputa entre os líderes (da Revolução) acerca de quem é mais fiel às ideias de Rousseau. Rousseau é para eles a figura acabada da perfeição".

Nas palavras de Robespierre (1758-1794), um dos revolucionários mais influentes, "Rousseau é o homem que, pela grandeza do seu carácter, se mostrou digno de ser reconhecido como o mestre incontestável da humanidade".

No seu livro O Contrato Social (1762) Rousseau defendeu a ideia de que que a sociedade é uma associação estabelecida contratualmente entre os cidadãos com vista à realização de um fim comum - o interesse colectivo. "As cláusulas deste contrato - escreveu ele - podem ser reduzidas a uma só: a total alienação de cada indivíduo e de todos os seus direitos à comunidade".

Nos termos do contrato, "(...) cada um de nós coloca a sua pessoa e todos os seus poderes sob a direcção suprema do interesse colectivo e, nesta capacidade corporativa, recebemos cada membro como uma parte indivisível do todo. (No) lugar da personalidade individual de cada uma das partes contratantes, este acto de associação cria um corpo moral e colectivo (...) que recebe desse acto a sua unidade, a sua identidade comum, a sua vida e o seu querer. Essa pessoa colectiva (...) é o Estado"

3 comentários:

Anónimo disse...

Tendo por base que todos os homens nascem livres e iguais, o Estado é criado, justamente, para preservar esses direitos naturais.Lógico.

4 hero

Eduardo disse...

E o Estado é, como a Igreja, uma associação criada pelos Homens para servir os Homens. Ter-se-á corrompido a interesses diversos. Mas não mais do que a Igreja (que é mais recente que os Estados).

Anónimo disse...

A critica a Rousseau e' relativamente consensual -- leia-se tambem a critica bem severa que Rudolf Rocker faz a Rousseau (e nao so') em "Nationalism and Culture".