25 junho 2007

Conversão

Existe a presunção de que, quando esta semana abandonar a chefia do governo britânico, o primeiro-ministro Tony Blair irá anunciar a sua conversão ao catolicismo.

A mulher de Blair é católica e os quatro filhos do casal são educados segundo a tradição católica. Blair é anglicano.

Para além do factor familiar, eu gostaria de especular sobre uma outra razão - esta de carácter político - que, a confirmar-se a presunção, levará Blair para os braços da Igreja Católica.

Como político, a partir do 11 de Setembro e mais tarde na sua própria Grã-Bretanha, Blair viveu aquilo que tem sido por vezes chamado de "ameaça muçulmana", ou o risco de uma "guerra de civilizações", a qual seria uma guerra predominantemente entre cristãos e muçulmanos, e não seria a primeira da história.

Foi o Presidente George Bush que a partir de 2001 tentou liderar uma coligação de nações cristãs perante a alegada "ameaça muçulmana", e Tony Blair foi o seu primeiro aliado. Porém, George Bush nunca foi uma figura inspiradora da unidade das nações cristãs - e dificilmente qualquer outra figura política o seria - e a coligação resultou num fracasso.

É bem provável que Blair tenha chegado à conclusão de que, no caso de um conflito de civilizações, a única figura capaz de unir e liderar o mundo cristão é o Papa da Igreja Católica - e que a sua presumível conversão ao catolicismo não seja estranha a esta conclusão.

3 comentários:

A Chata disse...

Qual será, nos dias de hoje, a penitência para o pecado da mentira?
Será que o Papa ainda tem indultos para vender?

Fernanda Valente disse...

Nunca virá a existir um "conflito de civilizações" com base em pressupostos religiosos. A igreja católica está mais que dividida nas mais diversas "correntes filosóficas progressistas", que nada têm a ver com a presente ortodoxia. Por outro lado, é uma questão de tempo até que os seguidores da doutrina de Alá se apercebam de que têm vindo a ser enganados por falsos profetas.
Para concluir, se há os que mudam de partido político, passando de um extremo ao outro do ponto de vista ideológico, porque não estabelecer uma analogia em matéria de culto religioso?

Pedro Sá disse...

Não sei que lhe deu de há uns tempos para cá para glorificar a religião católica e o Papa...