18 maio 2007

independentes 2

Afinal, Carmona Rodrigues não será candidato à Câmara de Lisboa. Diz que não tem tempo para reunir 4.000 assinaturas, apesar dos muitos apoios que teve nos últimos dias. Helena Roseta também começa a sentir dificuldades e provavelmente não conseguirá candidatar-se. Nos últimos dias, viu-se envolvida num emaranhado legal: recorreu da data das eleições, alegando que os prazos legais não foram respeitados. Parece, porém, que a lei que permite as candidaturas de independentes às eleições autárquicas, veda a possibilidade de recurso aos candidatos que não se apresentem em listas partidárias. Na melhor das hipóteses, se a sua petição for admitida, a decisão só será conhecida muito depois de 1 de Julho. Isto é, já depois das eleições e com nova Câmara eleita.
Está visto que até nestas eleições, que por via impositiva do Direito Comunitário se viram abertas a independentes, o proteccionismo do Estado aos partidos é enorme, ao ponto daqueles praticamente não conseguirem candidatar-se. Note-se que, nestes dois casos, não estamos a falar de cidadãos comuns, mas num putativo candidato que é ainda presidente da autarquia, e uma política e técnica prestigiada com anos de carreira pública. Imagine-se, agora, como seria com cidadãos verdadeiramente independentes... Não há dúvida que o sistema continuará fechado por muitos e bons anos.

P.S.: Hoje mesmo o P.S. e o P.S.D. entretiveram-se, pela enésima vez, a discutir a criação de círculos uninominais para as eleições legislativas. Hipótese que, segundo António Martins, o P.S. aceita desde que seja salvaguardado o «sagrado princípio da representação proporcional». Isto é, o célebre método de Hondt. Que, combinado com os círculos uninominais, deve dar uma fórmula extraordinária...

1 comentário:

PintoRibeiro disse...

Li hoje classificar de "claustrofobia" a situação que vivemos. Parece, parece...