(Continuação daqui)
3. A vergonha civilizacional
A tensão entre os EUA e o Brasil a propósito do julgamento de Bolsonaro e um desafiante ar de galifão que o presidente brasileiro aparenta em relação ao presidente americano, é uma excelente oportunidade para comparar estes dois países.
Ambos os países tornaram-se independentes com uma diferença de menos de 50 anos, os EUA em 1776 e o Brasil em 1822. Os EUA eram uma colónia da Grã-Bretanha, o Brasil uma colónia de Portugal. Os EUA nasceram como uma democracia, o Brasil como uma monarquia absoluta. Ao tempo da independência, o catolicismo estava proibido no Reino Unido e portanto também na sua colónia americana, ao passo que no Brasil o catolicismo foi desde o início a religião do Estado.
Dois séculos e pouco depois, o que é feito destes dois países?
Os EUA tornaram-se o país mais próspero, criador e poderoso do mundo, enquanto o Brasil continua a navegar na pobreza. Com um PIB per capita de 90 mil dólares (contra 10 mil no Brasil), os EUA são o país para onde quase todos os pobres do mundo desejam ir. Pelo contrário, o Brasil é o país de onde quase todos os pobres do país desejam fugir. Um só record para o Brasil, uma honra de qualidade duvidosa - é o país mais católico do mundo (em termos do número de fieis).
A comparação entre o Brasil e os EUA exibe com toda a nitidez a vergonha civilizacional (e não apenas económica) da cultura católica que Portugal levou para o Brasil face à cultura protestante que a Grã-Bretanha transmitiu aos EUA.
O Presidente Lula que não se meta com o Presidente Trump porque vai sair humilhado.
(Continua acolá)
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