(Continuação daqui)
461. A jagunçada dos ricos
"7. A A..., RL é uma sociedade de advogados, registada na Ordem dos Advogados com o nº .../89, desde 02-01-1989, possuindo instalações e escritório na cidade do Porto desde há mais de 25 anos, sendo certo que no presente ano de 2017 a entidade espanhola que lhe deu origem celebra o seu centésimo aniversário.
8. A assistente A... é uma sociedade de advogados muito conhecida em todo o território nacional nos meios forenses — nos tribunais e entre os advogados.
9. O seu escritório no Porto é referencial do ponto de vista da prestação dos serviços da advocacia, conhecido e reconhecido como é pelas qualidades e competências profissionais dos advogados que o integram e pela seriedade, honestidade e probidade dos mesmos.
10. Por isso, granjeia a assistente da credibilidade, do prestigio e da confiança, dos seus clientes, pessoas individuais e coletivas, bem como dos seus pares, dos tribunais, e de todos aqueles com quem priva, contacta ou que a conhecem.
11. Tudo o que o arguido conhecia e sabia, isto é, que a assistente A... como sociedade de advogados notoriamente conhecida na cidade do Porto e no país nos meios forenses, e com vários milhares de clientes, granjeia e conserva credibilidade, prestígio e confiança que lhe são reconhecidos pelos clientes, colegas e demais entidades que com ela lidam".
Fonte: cf. aqui (ênfases meus)
Quando procurei descrever este processo judicial através de uma só palavra, estava o julgamento a decorrer, a palavra que escolhi foi "Impostura", porque era aquela que melhor descrevia tudo aquilo a que eu estava a assistir (cf. aqui).
É impostura, claro, aquilo que a Cuatrecasas diz de si própria. Como acreditar que uma sociedade de advogados centenária e com aquelas qualidades todas, que vende caríssimo os seus serviços de advocacia em processos junto do TEDH, não conheça a jurisprudência deste Tribunal num caso simples de liberdade de expressão, que até um estudante de primeiro ano de Direito conhece?
Cedo, durante o processo, quando me apercebi da verdadeira natureza da Cuatrecasas, a designação que me ocorreu ao espírito para a descrever foi "A jagunçada dos ricos" (cf. aqui).
Quem quiser arruinar a um concorrente de negócios, um rival político, um vizinho em conflito, um ex-marido em processo de divórcio, deve recorrer à Cuatrecasas.
A Cuatrecasas utiliza os serviços de justiça para fazer terrorismo sobre a pessoa visada, (veja o caso do Guardião Tejo: cf. aqui), planta notícias nos principais jornais para lhe assassinar o carácter, até compra magistrados do MP e juízes para a condenarem em tribunal sem que a pessoa tenha cometido qualquer crime.
O único problema, se o potencial cliente é da classe média ou pobrezinho, é que não vai ter dinheiro para pagar à Cuatrecasas. A Cuatrecasas cobra muito caro. Compreende-se, isto de andar a corromper magistrados judiciais e do MP é um trabalho altamente especializado. A Cuatrecasas tem artes para lhes fazer ver crimes, às vezes até mais do que um, onde não existe crime nenhum.
(Continua acolá)

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